United Airlines Eleva Previsão de Lucro para 2025 com Demanda por Viagens em Julho Dispara
A United Airlines elevou sua perspectiva de lucro para o ano inteiro após reportar resultados do segundo trimestre mais fortes do que o esperado, citando um aumento significativo na demanda por viagens a partir do início de julho e expectativas de moderação da capacidade do setor para o final do verão.
A transportadora com sede em Chicago reportou lucro ajustado de US$ 3,87 por ação no segundo trimestre, com receita de US$ 15,2 bilhões, superando as expectativas dos analistas. Com base nas condições de melhoria, a United atualizou sua projeção de lucro ajustado para o ano inteiro para um intervalo de US$ 9,00 a US$ 11,00 por ação.
"Nosso desempenho no segundo trimestre foi mais uma prova de que a estratégia United Next está funcionando", disse Scott Kirby, CEO da United, no anúncio de resultados. "O mundo está menos incerto hoje do que nos primeiros seis meses de 2025, e isso nos dá confiança em um forte encerramento do ano."
O Ponto de Inflexão de Julho
Os resultados trimestrais da United contam uma história de resiliência em meio a ventos contrários. A companhia aérea registrou lucro ajustado de US$ 3,87 por ação, com receita de US$ 15,2 bilhões, superando as expectativas de consenso dos analistas de cerca de US$ 3,82. Mais significativo do que os números retrospectivos, no entanto, é o que a United diz estar vendo agora.
"A partir do início de julho, experimentamos uma aceleração sequencial de seis pontos na demanda geral e uma aceleração de dois dígitos nas reservas de viagens a negócios em comparação com o segundo trimestre", explicou um executivo sênior de receita da United, falando sob condição de anonimato por não estar autorizado a elaborar além do comunicado de resultados. "Viajantes corporativos que estavam hesitantes estão retornando, particularmente nos setores de consultoria e tecnologia."
Essa inflexão na demanda aparece exatamente quando os horários publicados da indústria mostram uma moderação da oferta a partir de meados de agosto – um padrão semelhante aos ajustes de capacidade de 2024 que ajudaram a estabilizar os preços após um período de excesso de oferta.
A combinação deu à United confiança suficiente para elevar sua projeção de lucro ajustado para o ano inteiro para US$ 9,00 a US$ 11,00 por ação, implicando um aumento de lucros no segundo semestre que exigiria entre US$ 4,22 e US$ 6,22 em LPA ajustado combinado para o terceiro e quarto trimestres.
Resiliência das Viagens Premium
Caminhando pela nova e reluzente sala de jantar do lounge Polaris da United no Aeroporto Internacional Newark Liberty – que agora abrange mais de 2.787 metros quadrados – a estratégia da companhia aérea se manifesta fisicamente. Viajantes de alto nível saboreiam Aperol Spritzes enquanto aguardam voos internacionais, muito diferente das áreas de portão lotadas no andar de baixo.
Esse foco no segmento premium parece estar rendendo dividendos. Enquanto a receita unitária geral da United diminuiu 4,0% ano a ano com capacidade 5,9% maior, a receita de cabines premium aumentou 5,6%. A receita do programa de fidelidade da companhia aérea saltou similarmente 8,7%.
"A bifurcação entre os segmentos premium e econômico se intensificou", observou um analista do setor de um grande banco de investimento. "Transportadoras de rede com fortes motores premium e de fidelidade estão superando o ambiente atual melhor do que aquelas excessivamente dependentes de viajantes a lazer sensíveis a preços."
O Renascimento de Newark
Talvez em nenhum lugar a reviravolta operacional da United seja mais evidente do que em seu hub de Newark, que por muito tempo foi problemático. Após anos de desafios de confiabilidade no congestionado aeroporto da área de Nova York, a United alcançou um marco notável em junho: melhor desempenho de pontualidade do que as companhias aéreas concorrentes nos aeroportos de LaGuardia e JFK.
A melhoria resulta do que um especialista em operações aeroportuárias chamou de "uma tempestade perfeita de fatores positivos" – incluindo a reabertura antecipada da segunda pista de Newark, atualizações tecnológicas, limites de voos por hora e estreita coordenação com a FAA e a Autoridade Portuária.
Para os passageiros, a diferença é palpável. A United alcançou sua maior pontuação no Net Promoter Score de satisfação do cliente para o segundo trimestre desde 2021, com classificações recordes para manuseio de bagagem, limpeza da cabine, procedimentos de embarque e várias outras métricas.
"Blue Sky" e Movimentações no Balanço Patrimonial
Olhando além dos resultados imediatos, dois desenvolvimentos estratégicos se destacam. Primeiro, a United anunciou uma colaboração única com a JetBlue Airways chamada "Blue Sky" que permitirá aos clientes usar suas moedas de fidelidade em ambas as companhias aéreas e simplificar as reservas entre elas.
Embora gerando um impacto financeiro mínimo em 2025, a parceria representa o que um consultor do setor descreveu como "um movimento defensivo elegante no corredor Nordeste" que poderia eventualmente fortalecer a presença da United em Nova York enquanto expande o acesso da JetBlue a Newark.
Segundo, a United quitou o restante da dívida de um financiamento de US$ 6,8 bilhões garantido por seu programa MileagePlus durante a pandemia. Isso deixa "um dos programas de fidelidade mais valiosos do mundo livre de ônus", como a empresa descreveu, aumentando a flexibilidade financeira e reduzindo o endividamento líquido dos últimos doze meses para 2,0x.
"Essa movimentação no balanço patrimonial é significativa", explicou um analista financeiro veterano do setor aéreo. "Ter um programa de fidelidade livre de ônus oferece tanto opcionalidade estratégica quanto liquidez de emergência, se necessário, embora os US$ 18,6 bilhões em liquidez disponível da United sugiram que eles estão fazendo essa movimentação a partir de uma posição de força."
Desafios Trabalhistas e Restrições na Cadeia de Suprimentos
A narrativa não é uniformemente positiva. A United enfrenta pressões contínuas de custos, incluindo um acordo provisório com os comissários de bordo que promete "remuneração líder do setor, bônus de contratação e melhorias de agendamento" – linguagem que tipicamente sinaliza custos de mão de obra mais altos à frente.
O CASM-ex (custo por milha de assento disponível, excluindo combustível) da companhia aérea aumentou 2,2% ano a ano no segundo trimestre, e os analistas esperam inflação de custos contínua no segundo semestre.
Além disso, os atrasos na entrega de aeronaves continuam a impactar os planos de frota. A United não espera entregas do Boeing 737 MAX 10 até 2027-28, forçando a transportadora a estender a vida útil de aeronaves mais antigas com custos de manutenção mais altos.
"A ironia é que, embora os atrasos nas entregas criem desafios de curto prazo, eles estão realmente ajudando o setor ao restringir o crescimento da capacidade", observou um especialista em cadeia de suprimentos aeroespaciais. "Essa disciplina de oferta, seja forçada ou voluntária, apoia o ambiente de preços."
Olhando para o Futuro: O Cenário de Investimentos
Para investidores que avaliam as perspectivas da United, vários fatores determinarão se a ação pode replicar a recuperação do segundo semestre vista em 2024.
A projeção elevada da empresa implica confiança, mas exige execução. Analistas sugerem que a United precisa de aproximadamente US$ 2,11 a US$ 3,11 em taxa de execução de LPA trimestral para o segundo semestre de 2025, com a sazonalidade típica inclinando 60/40 para o terceiro trimestre.
As variáveis-chave incluem a sustentabilidade da demanda (particularmente a recuperação das viagens a negócios), a disciplina de capacidade do setor a partir de meados de agosto, a contenção de custos em meio à inflação trabalhista e a estabilidade dos preços dos combustíveis.
"Estamos vendo evidências que apoiam o otimismo cauteloso da United", sugeriu um gestor de carteira especializado em ações de transporte. "Sua combinação premium/fidelidade oferece alguma proteção contra a compressão das tarifas econômicas, e suas melhorias operacionais estão reduzindo os custos de operações irregulares."
Investidores que consideram o setor podem encontrar a relação risco/retorno mais favorável para transportadoras com balanços patrimoniais sólidos, exposição ao segmento premium e fluxos de receita diversificados. Dentro dessa estrutura, a United parece bem posicionada se suas tendências de demanda de julho se mostrarem duráveis e a capacidade do setor se moderar como esperado.
No entanto, riscos significativos permanecem. Estes incluem potenciais choques macroeconômicos, escrutínio regulatório da parceria Blue Sky, inflação de custos de mão de obra, volatilidade dos preços dos combustíveis e incertezas contínuas nas entregas de aeronaves.
Para aqueles que consideram a exposição ao setor aéreo, consultores financeiros recomendam manter um dimensionamento de posição apropriado, dada a volatilidade histórica do setor e sua sensibilidade a choques externos. Como um gestor de fortunas alertou, "Os fundamentos em melhoria das companhias aéreas as tornam oportunidades táticas atraentes, mas seus desafios estruturais sugerem limitá-las a uma alocação modesta na carteira."
As ações da United fecharam a US$ 88,47 ontem, representando uma relação preço/lucro dos últimos doze meses de aproximadamente 8,1x – uma avaliação que sugere que os investidores permanecem cautelosos apesar da perspectiva melhorada.
Tese de Investimento
Categoria | Métricas-chave e Destaques |
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Desempenho Financeiro | - LPA diluído ajustado: US$ 3,87 (superou a projeção de US$ 3,25–US$ 4,25; consenso de aproximadamente US$ 3,82). - Receita: US$ 15,2 bilhões (+1,7% A/A). - Margem pré-impostos: 8,2% GAAP; 11,0% ajustada. - Fluxo de caixa operacional: US$ 2,2 bilhões; FCF: US$ 1,1 bilhão. - Preço médio do combustível: US$ 2,34/gal. |
Projeção para o AF25 | - Intervalo de LPA ajustado para o AF25: US$ 9–US$ 11. - LPA ajustado do 1S25: US$ 4,78 (1T: US$ 0,91; 2T: US$ 3,87). - LPA implícito necessário para o 2S25: US$ 4,22–US$ 6,22. |
Tendências de Demanda | - Gerência reporta aceleração de 6 pontos nas reservas no início de julho; aumento de dois dígitos na demanda por viagens a negócios. - Volume de passageiros da TSA: >2,8 milhões de viajantes/dia em julho. - Fitch observa demanda de lazer mais fraca, potencial mudança para negócios/premium. |
Perspectiva da Oferta | - Gerência espera inflexão da oferta do setor em meados de agosto. - Dados da OAG: Voos da United +9,3% A/A (julho). - Atrasos do MAX-10: Entregas adiadas para 2027–28. |
Mix de Receita | - TRASM: -4% A/A (capacidade +5,9%). - Receita premium: +5,6% A/A. - Receita de fidelidade: +8,7% A/A. - Carga: +3,8%; Econômica Básica: +1,7%. |
Iniciativas Comerciais | - Colaboração com a JetBlue (Blue Sky): Benefícios de fidelidade recíprocos, acesso a slots no JFK (2027). - Riscos regulatórios: Senador Blumenthal levantou preocupações antitruste. |
Operações | - Melhor desempenho de segundo trimestre pós-pandemia (partidas pontuais, baixos cancelamentos). - NPS: O mais alto desde 2021. |
Custos | - CASM-ex: +2,2% A/A. - Mão de obra: Acordo provisório com a AFA (custos mais altos esperados). - Combustível: Moderando conforme a perspectiva da EIA. |
Balanço Patrimonial | - Liquidez: US$ 18,6 bilhões; dívida: US$ 27,1 bilhões. - MileagePlus: Dívida de US$ 6,8 bilhões quitada (livre de ônus). - Recompra de ações: US$ 0,6 bilhão YTD. |
Cenário Competitivo | - Delta (DAL): TRASM -3%, premium +5%, fidelidade +8%. - American (AAL): Retirou a projeção para o AF25. |
Riscos | - Recaída da demanda (probabilidade média). - Inflação de mão de obra (média-alta). - Atrasos de OEMs (alta). - Picos de combustível (baixa-média). |
Catalisadores | - Teleconferência do 2T (17 de julho): Comentários sobre demanda/oferta. - Resultados da AAL (24 de julho): Leitura da demanda de lazer. - Lançamento do Blue Sky (Outono de 2025): Métricas de fidelidade. |
Aviso Legal: Esta análise é baseada em dados de mercado atuais e padrões históricos. O desempenho passado não garante resultados futuros. Os leitores devem consultar consultores financeiros para orientação de investimento personalizada.