
Dois Aviões da Marinha dos EUA Caem no Mar da China Meridional Durante Missão do USS Nimitz
Trinta minutos. Foi tudo o que bastou em 26 de outubro de 2025 para que a lenda do USS Nimitz colidisse de frente com as realidades da era moderna. Em meia hora, sob um sol escaldante e um céu revolto, duas aeronaves navais americanas — um helicóptero Seahawk e um caça Super Hornet — caíram dos céus nas águas inquietas do Mar da China Meridional.
Milagrosamente, todos os cinco aviadores sobreviveram. Eles foram resgatados do mar, abalados mas vivos. O que não veio à tona, no entanto, foi algo menos tangível, mas muito mais pesado — a aura do poder americano invencível. Ela afundou junto aos destroços, ecoando por um oceano que testemunhou superpotências ascenderem e tropeçarem.
De acordo com o cronograma oficial da Frota do Pacífico dos EUA, os eventos se desenrolaram como uma trágica reação em cadeia. Por volta das 14h45, horário local, um MH-60R Seahawk dos "Battle Cats" do HSM-73 caiu durante o que a Marinha chamou de "operações de rotina". A queda acionou um resgate imediato por navios do Grupo de Ataque de Porta-Aviões 11 — o círculo de proteção do Nimitz —, resgatando todos os três membros da tripulação em questão de minutos.
Mas o convés do porta-aviões não silenciou. As operações continuaram, como de costume, apesar do choque. Então, apenas meia hora depois, às 15h15, um F/A-18F Super Hornet dos "Fighting Redcocks" do VFA-22 também mergulhou no mar. Ambos os pilotos ejetaram com segurança e foram rapidamente resgatados.
Duas quedas. Mesmo navio. Trinta minutos de diferença. Nenhum tiro disparado.
De volta a Washington, o Presidente Trump, falando durante sua turnê pela Ásia projetada para demonstrar a determinação americana, rechaçou qualquer sugestão de ação hostil. Ele insinuou que "combustível ruim" poderia ser o culpado — uma falha técnica, não um ato de guerra. A Marinha, ele prometeu, não tinha "nada a esconder".
Analistas de defesa concordaram. Não havia vestígio de arma secreta ou de um ataque cibernético chinês. Nenhuma força invisível derrubando jatos do céu. Em vez disso, os especialistas apontaram para algo mais familiar e, talvez, mais alarmante: uma máquina militar desgastada. A Marinha dos EUA, disseram eles, está operando com equipamentos envelhecidos, tripulações sobrecarregadas e uma crescente pressão para parecer forte, não importa o custo.
A resposta da China foi um estudo de habilidade diplomática. Seu Ministério das Relações Exteriores, sorrindo para as câmeras, ofereceu "assistência humanitária" caso os EUA a solicitassem. Em seguida, culpou a América por "frequentemente exibir seus músculos" nas águas regionais, acusando Washington de colocar em risco a paz que Pequim alegava proteger.
O subtexto era claro: Vocês quebraram. Nós os ajudaremos a juntar os pedaços — mas a bagunça é de vocês, e está acontecendo no nosso quintal.
O USS Nimitz (CVN-68) não era apenas mais um porta-aviões. É o primeiro de sua classe, comissionado em 1975 — um colosso movido a energia nuclear que outrora personificava o alcance global da América. Ele enfrentou os soviéticos, impôs zonas de exclusão aérea sobre o Iraque e navegou para zonas de crise em todo o mundo. Esta última implantação deveria ser sua turnê de despedida — uma reverência elegante após cinquenta anos de domínio.
Em vez disso, tornou-se um espetáculo preocupante.
A mídia estatal chinesa não perdeu tempo. O mesmo fizeram os comentaristas ocidentais. Ambos pintaram as quedas como prova de decadência — evidência de que a Marinha dos EUA, antes imparável, está rangendo sob seu próprio peso. Eles relembraram uma série de contratempos recentes: o F-35 que caiu do USS Carl Vinson no início deste ano, uma série de acidentes com porta-aviões britânicos e uma lista preocupante de colisões e incêndios em tempos de paz em toda a frota.
Para os marinheiros a bordo do Nimitz, o clima era pesado. O navio acabara de retornar de um serviço intenso no Oriente Médio, rebatendo ataques Houthi a navios mercantes, antes de ser redirecionado para o Pacífico. A fadiga era profunda. Ainda assim, as operações de voo continuaram em ritmo quase de combate. Perder uma aeronave já era ruim o suficiente. Lançar outra tão logo depois, apenas para perdê-la também, revelou um ritmo operacional que não deixava espaço para recuperação. Como um piloto veterano disse: "Operações de voo em porta-aviões são como dançar no fio da navalha." Em 26 de outubro, esse fio balançou.
A verdade por trás deste episódio não é sobre armas secretas ou inimigos ocultos. É sobre desgaste — a silenciosa corrosão da capacidade.
A Lição na Baia de Manutenção
Para especialistas em defesa e observadores de mercado, aqueles trinta minutos não foram um aviso de guerra — foram um espelho refletindo uma crise de prontidão. A verdadeira questão não era a ação inimiga, mas a crescente luta dos militares dos EUA para se sustentar.
Não foi uma falha de coragem. Foi uma falha de manutenção. Duas aeronaves, perdidas de um porta-aviões de cinquenta anos operando em pleno vapor, contam uma história de tripulações cansadas, peças improvisadas e sistemas envelhecidos levados ao limite. Talvez o culpado tenha sido algo tão trivial quanto combustível contaminado. Ou talvez tenha sido algo mais profundo — uma força corroída por anos de excesso de uso.
Pequim viu isso instantaneamente. Sua resposta — parte empatia, parte repreensão — foi um brilhantismo estratégico. Eles não precisaram disparar um míssil. O próprio esgotamento da América falou por si. Ao oferecer ajuda enquanto criticava as "provocações" dos EUA, a China obteve uma vitória diplomática a custo zero. Para os observadores do Sudeste Asiático, isso reforçou a imagem de uma China confiante e estável ao lado de uma superpotência exausta tentando manter o ritmo.
A verdadeira disputa entre os EUA e a China não começará com o estrondo de mísseis hipersônicos ou o zumbido da guerra eletrônica. Ela já está acontecendo silenciosamente — nos hangares, oficinas e cadeias de suprimentos que mantêm os jatos no ar. É uma batalha medida em peças de reposição, horas de voo e registros de manutenção. Trata-se de saber se um piloto treina 200 horas por ano ou mal 80.
Esse tipo de declínio não vira manchete todos os dias. Ele se arrasta. Um parafuso faltando aqui, um envio atrasado ali. No entanto, o resultado é o mesmo — um lento desmantelamento de uma força antes conhecida por precisão e confiabilidade. Quando uma superpotência começa a voar aeronaves dos anos 1990 em missões dos anos 2020, algo está fadado a ceder.
As quedas gêmeas de 26 de outubro provaram o que os analistas vêm sussurrando há anos: a máquina militar da América está vazando óleo, e o mundo pode ver as poças se formando.
Agora, enquanto o USS Nimitz navega para casa pela última vez, sua jornada parece menos uma despedida triunfante e mais um aviso gravado em aço. Sua esteira ondula com história, orgulho e fadiga. E repousando no fundo do oceano abaixo dela, duas aeronaves perdidas marcam o custo de manter a linha por tempo demais — os destroços silenciosos de uma superpotência levada ao seu limite.
Os pontos de vista e opiniões expressos neste artigo são os do autor e não refletem necessariamente a posição do editor.