Novo Lança Oferta de US$ 10 Bilhões pela Metsera Enquanto Guerra de Aquisição com a Pfizer Irrompe nos Tribunais

Por
Isabella Lopez
5 min de leitura

WILMINGTON, Del. – 4 de novembro de 2025 – A mais intensa batalha de aquisição da indústria farmacêutica entrou em uma nova fase hoje, com a Novo Nordisk revelando uma oferta surpreendente de US$ 10 bilhões pela Metsera, uma valiosa desenvolvedora de medicamentos para obesidade. Em um movimento que ameaça imediatamente derrubar um acordo rival com a Pfizer, o conselho da Metsera endossou a oferta da empresa dinamarquesa como uma “Proposta Superior da Empresa”, preparando o cenário para um embate jurídico e financeiro.

Esta nova oferta, que avalia a Metsera em até US$ 86,20 por ação, é uma jogada ousada da Novo Nordisk para consolidar sua liderança no lucrativo mercado de doenças metabólicas. Ela supera decisivamente a própria oferta aprimorada da Pfizer de aproximadamente US$ 8,1 bilhões, ou US$ 70 por ação, transformando uma rivalidade corporativa em uma guerra total. A batalha agora está sendo travada em várias frentes: em conselhos de administração, por meio de comunicados de imprensa e, a partir de hoje, em um Tribunal de Chancelaria de Delaware, onde o destino final do negócio pode ser decidido.

O Prêmio Científico que Acende uma Batalha de Bilhões de Dólares

O que torna este conflito tão acirrado é a potencial mina de ouro nos laboratórios da Metsera. A jovem empresa de biotecnologia está na vanguarda da próxima onda de tratamentos para perda de peso, um mercado projetado para ultrapassar US$ 150 bilhões até o final da década. Enquanto blockbusters atuais como Wegovy da Novo Nordisk e Zepbound da Eli Lilly revolucionaram o tratamento, a Metsera está sendo pioneira no que chama de terapias de "próxima geração". Sua abordagem combina medicamentos à base de incretinas com outros peptídeos, visando melhores resultados na perda de peso, menos efeitos colaterais e opções mais amigáveis para o paciente, incluindo uma pílula oral altamente aguardada.

Para a Novo Nordisk, esta aquisição é tanto um ataque ofensivo quanto uma defesa crucial. Ela garantiria um pipeline de potenciais sucessores para seus próprios medicamentos multibilionários, que eventualmente perderão a proteção de patente, ao mesmo tempo em que impediria um concorrente chave de adquirir um ativo vital. Para a Pfizer, ainda se recuperando de contratempos em seus próprios programas de medicamentos para obesidade, a Metsera representa um salva-vidas — uma chance de entrar na área terapêutica mais promissora em anos. Esta profunda necessidade estratégica alimentou uma corrida de lances que quase dobrou a avaliação da Metsera em questão de meses.

A Aposta de Wall Street: Lendo nas Entrelinhas

Embora o número principal de US$ 10 bilhões da Novo Nordisk seja imponente, a verdadeira batalha reside nos detalhes. A estrutura complexa da oferta — uma combinação de US$ 62,20 em dinheiro imediato e até US$ 24,00 em futuros "direitos de valor contingente" ligados a marcos clínicos — tornou-se um ponto central de discórdia. Para os fundos de hedge que apostam neste negócio, essa estrutura é tanto a promessa de uma recompensa maior quanto uma fonte de risco significativo.

O mercado de ações está contando sua própria história. Com as ações da Metsera sendo negociadas em torno de US$ 70 — um valor que está bem acima da oferta da Pfizer, mas muito abaixo do pagamento máximo potencial da Novo — os investidores estão enviando uma mensagem clara. Eles veem a oferta da Novo como a melhor, mas estão descontando profundamente seu valor devido ao caminho perigoso à frente. Essa lacuna de US$ 16 representa o preço da incerteza de Wall Street: o risco de uma batalha legal prolongada e, mais ameaçadoramente, um potencial veto regulatório.

A ofensiva legal da Pfizer, lançada hoje, foi projetada para fazer com que essa incerteza pareça inevitável. Os advogados da empresa estão argumentando no tribunal que a oferta da Novo é essencialmente uma ilusão. Sua principal alegação é que a aquisição de um concorrente promissor pelo player dominante no mercado de GLP-1 tem uma probabilidade tão alta de ser bloqueada por reguladores antitruste que o conselho da Metsera agiu de forma irresponsável ao endossá-la. Tendo já obtido sua própria aprovação antitruste nos EUA, a Pfizer está apresentando sua oferta mais baixa e simples como a única que pode realmente cruzar a linha de chegada.

Um Choque de Titãs Corporativos Sob Pressão

A retórica pública tornou-se cada vez mais amarga, revelando as altas apostas para ambos os pretendentes. A Pfizer acusou abertamente a Novo Nordisk de uma estratégia de "pegar e engavetar" (catch-and-kill) — alegando que a verdadeira intenção é adquirir as inovações da Metsera apenas para arquivá-las e proteger seus atuais blockbusters. “O objetivo da Novo não é desenvolver os produtos da Metsera, mas impedi-los de chegar ao mercado”, afirmou a empresa em um recente processo judicial.

A Novo Nordisk rebateu com força, insistindo que sua proposta “não levanta questões antitruste” e está inequivocamente no melhor interesse dos acionistas da Metsera. No entanto, o conflito expõe as vulnerabilidades subjacentes de ambos os gigantes. A Novo, apesar de toda a sua dominância de mercado, está lidando com limites de produção e intensa competição, o que a leva a pagar um prêmio por futuros avanços. A Pfizer, enfrentando uma queda acentuada na receita pós-COVID e um pipeline escasso de novos medicamentos, poderia ver uma falha em adquirir a Metsera como um golpe catastrófico para seu crescimento a longo prazo.

Uma Indústria em Suspense

Enquanto os argumentos legais eram ouvidos hoje em Wilmington, as ramificações desta batalha já estão repercutindo em todo o mundo da biotecnologia. O enorme prêmio oferecido pela Metsera aumentou instantaneamente a avaliação de outras empresas no espaço metabólico, sinalizando que o valor estratégico pode anular as métricas financeiras tradicionais. No entanto, também levanta uma questão preocupante: as inovações mais promissoras serão simplesmente engolidas por titãs da indústria, e o aumento do escrutínio regulatório paralisará as negociações?

Todos os olhos estão agora voltados para dois eventos iminentes: a decisão do tribunal sobre a tentativa da Pfizer de garantir seu acordo original, e o prazo para a Pfizer retornar com uma oferta ainda maior. Por enquanto, toda a indústria está observando e esperando. A luta por uma empresa de biotecnologia se tornou uma disputa definidora que moldará o futuro do tratamento da obesidade, testará o poder dos reguladores antitruste e traçará o curso para duas das maiores potências farmacêuticas do mundo.

NÃO É CONSELHO DE INVESTIMENTO

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