JPMorgan Lança Token de Blockchain Enquanto Grandes Bancos Entram na Corrida por Stablecoins

Por
Minhyong
5 min de leitura

A Virada Digital de Wall Street: JPMorgan Abraça Stablecoins Enquanto Gigantes Bancários Reivindicam Seu Espaço

A Questão dos US$ 10 Trilhões: Como o Maior Banco da América Está Reescrevendo as Regras da Movimentação de Dinheiro

O JPMorgan Chase anunciou planos para testar um token de depósito baseado em blockchain na rede Base da Coinbase, marcando a primeira vez que um banco de importância sistêmica global levou suas próprias obrigações monetárias para uma blockchain pública.

A medida surge no momento em que o Senado aprovou a inovadora Lei GENIUS com apoio bipartidário, potencialmente criando o primeiro arcabouço federal abrangente para a regulamentação de stablecoins nos Estados Unidos. Esse ímpeto legislativo, somado à iniciativa do JPMorgan, sugere que a antiga divisão entre a inovação em criptomoedas e o sistema bancário tradicional pode estar diminuindo mais rápido do que muitos antecipavam.

"Vamos nos envolver tanto com o token de depósito do JPMorgan quanto com as stablecoins para entender e dominar o assunto", afirmou Jamie Dimon, CEO do JPMorgan, durante a teleconferência de resultados do segundo trimestre de 2025 do banco, apesar de seu ceticismo histórico em relação às criptomoedas. "Acho que são reais, mas não sei por que alguém preferiria uma stablecoin em vez de apenas um pagamento."

Além da Retórica: Por Dentro da Estratégia de Blockchain do JPMorgan

O novo token de depósito em dólar (USD) permissionado do JPMorgan, apelidado de JPMD, representa uma evolução significativa em relação à JPM Coin, já existente no banco e que opera desde 2019 em um registro interno e privado chamado Onyx. A diferença crucial é que o JPMD funcionará como um token no estilo ERC-20 na Base, uma blockchain pública de camada 2 incubada pela Coinbase, embora com carteiras em uma "lista de permissão" (allow-listed) que mantêm o controle do banco sobre quem pode transacionar com o token.

O projeto visa inicialmente apenas clientes institucionais, possibilitando a liquidação 24 horas por dia, 7 dias por semana, sem assumir o ônus regulatório dos requisitos de "conheça seu cliente" (KYC) para o varejo. O que torna essa abordagem particularmente atraente do ponto de vista de negócios é o modelo econômico: os depósitos que lastreiam os tokens permanecem no balanço do JPMorgan, o que significa que ainda se qualificam como ativos líquidos de alta qualidade para fins regulatórios.

"Isso não é sobre abraçar a ideologia cripto — é sobre a economia do balanço e a defesa do negócio principal", explicou um analista sênior do setor bancário que pediu anonimato. "O JPMorgan processa mais de US$ 10 trilhões diariamente. Se a infraestrutura de liquidação migrar para trilhos de token, eles precisam liderar essa transição, não segui-la."

A escolha da rede Base da Coinbase é estrategicamente significativa, oferecendo ao JPMorgan acesso imediato ao ecossistema de desenvolvedores do Ethereum e à infraestrutura DeFi, enquanto o recurso de "allowlist" (lista de permissão) permite que o banco controle o risco de conformidade no nível do smart contract. Observadores da indústria esperam que o JPMorgan expanda gradualmente a "whitelist" (lista branca) para clientes de prime brokerage e, eventualmente, para tesourarias corporativas.

A Jogada do Consórcio: A Frente Unificada do Setor Bancário

O JPMorgan não está se movendo sozinho. O Wall Street Journal noticiou que JPMorgan, Citigroup, Wells Fargo e Bank of America estão em discussões iniciais sobre uma possível abordagem de consórcio para a emissão de stablecoins.

Jane Fraser, CEO do Citigroup, confirmou na recente teleconferência de resultados do banco que o Citi está "avaliando uma stablecoin do Citi" juntamente com depósitos tokenizados, enquanto Bank of America e Wells Fargo sinalizaram disposição para emitir stablecoins atreladas ao dólar assim que as regras federais forem finalizadas.

"Os grandes bancos reconhecem que, se não agirem agora, correm o risco de serem desintermediados por inovadores de fintech que não estão sobrecarregados por sistemas legados", observou um consultor veterano da indústria de pagamentos. "Uma abordagem de consórcio poderia replicar o modelo de rede de cartões — criando liquidação em circuito fechado com padrões compartilhados — mas também levanta considerações antitruste."

Catalisador Regulatório: O Caminho da Lei GENIUS Adiante

O Senado aprovou a Lei GENIUS (S. 1582) em 17 de junho, com 68 votos a 30, estabelecendo um arcabouço que permitiria tanto a bancos quanto a entidades não bancárias licenciadas a emitir stablecoins sob rígidas condições regulatórias. A legislação exige 100% de reservas, atestação diária e segregação de ativos à prova de falência.

O projeto de lei agora segue para a Câmara, onde seu destino permanece incerto, apesar do apoio da Casa Branca a um projeto de lei "limpo" e autônomo. O risco mais significativo para a aprovação vem dos esforços de alguns legisladores para empacotá-lo com uma legislação mais ampla de estrutura de mercado.

"Estamos vendo uma corrida entre regulamentação e inovação", observou um ex-funcionário do Tesouro que agora aconselha instituições financeiras sobre estratégia de ativos digitais. "A Lei GENIUS oferece a certeza regulatória de que os bancos precisam para se comprometerem totalmente com esse espaço, mas mesmo sem ela, instituições como o JPMorgan podem prosseguir usando licenças fiduciárias estaduais."

Implicações de Mercado: A Questão dos US$ 260 Bilhões

O mercado atual de stablecoins gira em torno de US$ 261 bilhões, dominado por Tether (US$ 160 bilhões) e USD Coin (US$ 62 bilhões). Esses incumbentes geram uma receita substancial — aproximadamente US$ 10 bilhões anualmente, às taxas de juros atuais — a partir do spread entre o que eles ganham com os ativos de reserva e o que pagam aos detentores de tokens.

Se grandes bancos oferecerem tokens lastreados pelo FDIC (seguro de depósito federal) com experiência de usuário comparável e potencialmente repassarem algum rendimento aos detentores, os gerentes de tesouraria institucionais teriam fortes incentivos para realocar fundos com base apenas em considerações de risco de crédito.

"Mesmo que os bancos capturem apenas 30% do mercado atual de stablecoins, isso representa um fluxo de US$ 78 bilhões gerando mais de US$ 3 bilhões em receita anual de reservas", calculou um estrategista de ativos digitais de um grande banco de investimento. "Isso é significativo no nível da linha de negócios, mesmo que não mova significativamente a agulha para os lucros gerais do JPMorgan no curto prazo."

Implicações para Investimentos: Ganhadores e Perdedores

A entrada de grandes bancos no espaço das stablecoins cria um cenário competitivo complexo com implicações variadas em todos os setores financeiros.

Para os próprios megabancos — JPMorgan, Citigroup, Bank of America e Wells Fargo — o impacto nos luc

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