
Gigantes do Cabo se Unem - Charter e Cox Fecham Acordo de $34,5 Bilhões para Enfrentar Desafios da Indústria
Gigantes do Cabo se Unem: Charter e Cox Fecham Acordo de US$ 34,5 Bilhões para Combater os Desafios do Setor
STAMFORD, Conn. — Tendo como pano de fundo um antigo prédio de escritórios em Stamford, onde a Charter Communications planejou a expansão de seu império de TV a cabo por anos, executivos se reuniram no início da sexta-feira para finalizar o que pode ser a consolidação mais importante do setor desde que a Comcast adquiriu a NBCUniversal. A Charter Communications e a Cox Communications, a segunda e a terceira maiores provedoras de cabo dos Estados Unidos, anunciaram um acordo de fusão de US$ 34,5 bilhões que irá remodelar o cenário das telecomunicações no país e criar um desafiante formidável para a líder de mercado Comcast.
O acordo, anunciado antes da abertura dos mercados hoje pela manhã, avalia a Cox em aproximadamente US$ 34,5 bilhões, incluindo US$ 21,9 bilhões em participação e US$ 12,6 bilhões em dívida assumida. Ele acontece em um momento em que as operadoras de cabo tradicionais enfrentam perdas de assinantes sem precedentes em meio à rápida ascensão dos serviços de streaming e ao aumento da concorrência de provedores de internet fixa sem fio.
"Esta combinação não é apenas sobre ficar maior – é sobre ficar melhor", disse Chris Winfrey, CEO da Charter, que manterá sua posição na nova entidade, enquanto explicava a estrutura do acordo para analistas na teleconferência desta manhã. "A fragmentação em nosso setor tornou cada vez mais difícil investir na escala necessária para competir tanto com a Big Tech quanto com os gigantes sem fio. Juntos, teremos os recursos para acelerar a evolução de nossa rede e criar inovação genuína na experiência do cliente."
A Anatomia de um Grande Negócio de Telecomunicações
A estrutura complexa da fusão revela meses de negociação cuidadosa. Em vez de uma aquisição direta, a Charter comprará diretamente os negócios de fibra comercial, TI gerenciada e nuvem da Cox, enquanto a Cox Enterprises contribuirá com seu negócio de cabo residencial para a Charter Holdings, uma parceria subsidiária existente da Charter.
Em troca, a Cox Enterprises receberá um pacote complexo de compensações: US$ 4 bilhões em dinheiro, US$ 6 bilhões em cotas preferenciais conversíveis pagando um cupom de 6,875% (conversíveis em cotas da parceria da Charter e, finalmente, em ações ordinárias da Charter), e aproximadamente 33,6 milhões de cotas ordinárias na parceria da Charter avaliadas em cerca de US$ 11,9 bilhões.
Quando a poeira baixar, a Cox Enterprises emergirá como a maior acionista da empresa combinada, detendo aproximadamente 23% de suas ações totalmente diluídas em circulação. O arranjo preserva estrategicamente a herança de controle familiar da Cox, ao mesmo tempo em que dá à Charter controle operacional imediato.
"Fomos abordados para fusões muitas vezes na última década", disse Alex Taylor, CEO e Presidente da Cox, que se tornará presidente do conselho da nova empresa. Taylor, falando do amplo campus da Cox em Atlanta, que permanecerá um centro operacional importante, acrescentou: "Mas esta parceria preserva nosso legado, ao mesmo tempo em que oferece a nossos clientes e funcionários as vantagens que apenas a escala real pode fornecer no mercado atual."
A entidade resultante da fusão – que será renomeada como Cox Communications dentro de um ano após o fechamento, enquanto mantém a marca Spectrum para serviços voltados para o consumidor – atenderá mais de 38 milhões de clientes em mais de 40 estados, criando a segunda maior provedora de banda larga do país, atrás apenas da Comcast.
Cálculo Estratégico em um Cenário em Mudança
Para especialistas do setor, o momento não é surpreendente. Provedores de cabo têm perdido assinantes de TV tradicional em massa por anos, à medida que os consumidores "cortam o cabo" em favor de serviços de streaming. Mais alarmante para os titãs da indústria tem sido a perda de assinantes de banda larga nos últimos trimestres – outrora considerados um negócio de crescimento garantido.
A Comcast relatou a perda de 199 mil assinantes de banda larga no 1º trimestre de 2025, enquanto a Charter perdeu 177 mil no 4º trimestre de 2024, antes de se estabilizar em crescimento zero no primeiro trimestre deste ano. Enquanto isso, as operadoras sem fio que oferecem serviço de internet fixa sem fio continuam adicionando mais de 400 mil assinantes trimestralmente, minando o negócio principal das empresas de cabo.
"Esta é fundamentalmente uma fusão defensiva", disse um analista de telecomunicações de um grande banco de investimento que pediu anonimato por não estar autorizado a falar publicamente. "Os 69 milhões de casas alcançadas pela entidade combinada criam a densidade necessária para tornar investimentos significativos em rede economicamente viáveis, particularmente para atualizações para DOCSIS 4.0 e a eventual transição para fibra."
As próprias empresas enquadram a combinação de forma diferente, enfatizando uma oportunidade de economia anual de custos de US$ 500 milhões através de eficiências de compras e redução de custos fixos. Mais importante, os executivos