BHP Enfrenta Aumento de US$ 1,7 Bilhão no Custo de Projeto de Potássio Enquanto Pondera Venda de Negócio de Níquel

Por
Jane Park
6 min de leitura

A Aposta Bilionária da BHP: Gigante da Mineração Enfrenta Estouro de Custos no Potássio Enquanto Pensa em Sair do Níquel

Produção Recorde de Minério de Ferro e Cobre Ofuscada por Mudanças Estratégicas

MELBOURNE, Austrália — Nas profundezas do solo da pradaria de Saskatchewan, Canadá, as fundações do futuro do BHP Group estão sendo lançadas a um preço mais alto do que o previsto. A maior mineradora do mundo em capitalização de mercado revelou, nesta sexta-feira, que os custos de seu projeto Jansen de potássio, considerado o carro-chefe, aumentaram em quase 30%, lançando uma sombra sobre o que deveria ser a joia da coroa em seu portfólio cada vez mais diversificado.

A gigante australiana da mineração agora espera gastar entre US$ 7 bilhões e US$ 7,4 bilhões na primeira fase de Jansen — um aumento de US$ 1,3 bilhão a US$ 1,7 bilhão em relação às estimativas anteriores de US$ 5,7 bilhões. A empresa também indicou que a produção pode retornar ao seu cronograma original de meados de 2027, abandonando metas mais otimistas de iniciar as operações até o final de 2026.

"Isso representa uma redefinição significativa das expectativas para o único grande projeto de desenvolvimento da BHP atualmente em construção", explicou um analista do setor de mineração que pediu anonimato. "A pergunta que os investidores estão fazendo é se este é um ajuste pontual ou o início de um padrão que temos visto com muita frequência em projetos de mineração em larga escala."

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O Paradoxo da Pradaria: Apostando Bilhões na Futura Segurança Alimentar

Tendo como pano de fundo os vastos horizontes de Saskatchewan, a decisão da BHP de investir bilhões em potássio — um componente crítico para fertilizantes — sempre foi um pivô estratégico em direção às commodities agrícolas e longe dos combustíveis fósseis. O projeto Jansen representa o maior investimento na história de Saskatchewan e, eventualmente, produziria 4,35 milhões de toneladas de cloreto de potássio anualmente, posicionando a BHP como um grande player na segurança alimentar global.

Ao visitar o canteiro de obras parcialmente concluído no mês passado, os trabalhadores descreveram um projeto de escala sem precedentes. "Você não entende a magnitude até estar no fundo do poço, olhando para cima por quase um quilômetro até a luz do dia", comentou um empreiteiro de engenharia familiarizado com a operação.

A economia, no entanto, mudou. Com os custos de construção subindo e os prazos se estendendo, os cálculos da taxa interna de retorno (TIR) teriam caído de aproximadamente 12% para 9,5%, de acordo com analistas de investimento que acompanham o projeto. Aos preços atuais de mercado de cerca de US$ 370 por tonelada de potássio, o projeto continua viável, mas com margens substancialmente reduzidas.

"A margem de segurança praticamente desapareceu", observou um estrategista de commodities de um grande banco de investimento. "A BHP agora precisa de preços sustentados de potássio acima de US$ 280 por tonelada apenas para atingir o ponto de equilíbrio neste investimento massivo."

Cortando Prejuízos: O Dilema do Níquel

Enquanto dobra a aposta no potássio apesar dos custos crescentes, a BHP está simultaneamente contemplando uma saída de suas problemáticas operações de níquel na Austrália Ocidental. A empresa suspendeu suas operações Nickel West desde outubro de 2024, em meio a preços persistentemente baixos, que oscilam em torno de US$ 14.800 por tonelada — bem abaixo do nível de US$ 19.000 que os observadores da indústria consideram necessário para uma produção sustentável.

"Qualquer decisão de desinvestimento estaria sujeita a uma avaliação de outras opções, incluindo a continuidade da suspensão temporária, reinício ou fechamento", afirmou a BHP em seu relatório trimestral, sinalizando uma retirada estratégica de um metal antes considerado essencial para seu portfólio de materiais para baterias.

As operações de níquel, que incluem minas, concentradores, uma fundição e uma refinaria, estavam gerando um prejuízo de aproximadamente US$ 300 milhões anuais em despesas operacionais antes de sua suspensão, de acordo com estimativas da indústria. Um encargo de depreciação/impairment de cerca de US$ 300 milhões já foi registrado.

"A BHP enfrenta um cenário clássico de 'cortar e fugir' com o níquel", disse um consultor de recursos baseado em Perth. "Eles provavelmente estão considerando aceitar um baixo preço de venda — possivelmente abaixo de US$ 1 bilhão — se isso remover o peso financeiro contínuo e os passivos ambientais de seu balanço patrimonial."

Produção Recorde Avança Apesar das Mudanças Estratégicas

Em contraste marcante com esses desafios, a BHP entregou um desempenho recorde em suas divisões principais de cobre e minério de ferro. As operações de minério de ferro da empresa na Austrália Ocidental estabeleceram novos marcos de produção, com a mina South Flank superando a capacidade nominal em seu primeiro ano completo. Enquanto isso, a produção de cobre aumentou aproximadamente 10% ano a ano, impulsionada pelo forte desempenho nos ativos de Escondida, Spence e Copper SA.

Essa excelência operacional tem mantido o motor de geração de caixa da BHP, com as operações de minério de ferro estimadas para alcançar margens EBITDA de aproximadamente 64% aos preços atuais de US$ 108 por tonelada. Essas margens robustas proporcionam flexibilidade financeira essencial enquanto a empresa navega em suas transições estratégicas.

"O que é notável é a capacidade da BHP de, simultaneamente, estabelecer recordes de produção enquanto realiza essas enormes mudanças estratégicas", observou um gestor de fundos de Melbourne especializado em recursos. "O fluxo de caixa do minério de ferro e do cobre essencialmente garante sua capacidade de absorver os estouros de custo de Jansen."

Implicações para Investimento: Navegando pelo Portfólio em Evolução da BHP

Para os investidores que acompanham as manobras estratégicas da BHP, a empresa apresenta uma oportunidade nuançada. Apesar da inflação de custos em Jansen, analistas sugerem que a empresa negocia a aproximadamente 4,9 vezes o EV/EBITDA estimado para o ano fiscal de 2026 (AF-26), com base nos preços atuais das commodities — um desconto em relação à rival Rio Tinto, apesar de oferecer um portfólio de crescimento mais diversificado.

A capacidade de dividendos da empresa parece robusta, com cálculos sugerindo um fluxo de caixa distribuível superior a US$ 8 bilhões anuais, suportando um rendimento de dividendo projetado próximo de 9%. Esse rendimento permaneceria defensável, a menos que os preços do minério de ferro caíssem abaixo de US$ 70 por tonelada por um período prolongado.

Os principais catalisadores futuros incluem o anúncio dos resultados financeiros de agosto, que deve esclarecer os planos de dividendos e recompra de ações; a resolução da revisão estratégica do negócio de níquel; e os relatórios de progresso contínuos da construção de Jansen. Qualquer nova abordagem à Anglo American também poderia alterar drasticamente o cenário de investimento.

"A BHP essencialmente oferece uma aposta em três tendências distintas: excelência na mineração tradicional através do minério de ferro, a transição energética através do cobre e a segurança alimentar global através do potássio", explicou um analista de recursos. "A questão é se a administração pode executar com eficácia em todos os três domínios simultaneamente."

Olhando para o Futuro: A Execução Estratégica como o Verdadeiro Teste

À medida que a BHP navega nessas decisões transformadoras, observadores do mercado sugerem focar em duas métricas principais: manter Jansen dentro do orçamento a partir de agora e encontrar uma resolução para o negócio de níquel que minimize os passivos contínuos.

O Banco Mundial projeta que os preços do potássio subirão aproximadamente 5% em 2025 antes de se estabilizarem, potencialmente melhorando a economia de Jansen se a BHP conseguir evitar uma maior escalada de custos. Enquanto isso, os preços do cobre — atualmente em torno de US$ 9.600 por tonelada — poderiam atingir US$ 10.700 em doze meses, de acordo com algumas previsões de bancos de investimento, proporcionando ventos favoráveis contínuos para as operações principais da BHP.

Para investidores considerando a BHP, analistas recomendam avaliar a execução da empresa em relação a esses parâmetros, ponderando os benefícios estratégicos de longo prazo de sua diversificação contra os desafios de projetos de curto prazo.

Aviso de Investimento: As análises de mercado e as declarações prospectivas refletem as avaliações atuais e podem não prever o desempenho futuro. Os preços das commodities flutuam com base em numerosos fatores além do controle de qualquer empresa. O desempenho passado não garante resultados futuros. Consulte um consultor financeiro qualificado antes de tomar decisões de investimento com base nesta informação.

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