BHP Investe US$ 555 Milhões na Modernização da Mina Olympic Dam em Preparação para Potencial Duplicação da Produção Australiana de Cobre

Por
NNZ
6 min de leitura

BHP Aposta Alto no Cobre Enquanto a Escassez Global Se Aproxima

O novo impulso da gigante da mineração em Olympic Dam sinaliza uma mudança para metais do futuro, mantendo os erros do passado firmemente em mente

ADELAIDE, Austrália — Nas profundezas do deserto do sul da Austrália, a BHP está escavando um dos corpos de minério mais complexos do mundo com confiança renovada. A gigante da mineração destinou mais de A$840 milhões (cerca de US$555 milhões) a uma série de projetos em seu complexo de Olympic Dam – um investimento que pode parecer modesto no papel, mas que carrega um grande peso estratégico.

O dinheiro financiará um túnel de acesso subterrâneo, um sistema de enchimento aprimorado, poços de minério estendidos com trilho elétrico e uma nova usina de oxigênio para aumentar a produção da fundição. Em termos simples, a BHP está eliminando gargalos e garantindo que esta mina complexa opere com mais fluidez. Ao mesmo tempo, a iniciativa mantém a porta aberta para algo muito maior: uma potencial expansão de vários bilhões de dólares, sem repetir os erros dolorosos que a forçaram a abandonar um megaprojeto aqui há mais de uma década.

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Cobre: O Novo Petróleo da Transição Energética

Este novo impulso chega em um momento crítico. O cobre, antes visto como apenas mais um metal industrial, tornou-se a espinha dorsal da eletrificação. Você o encontrará em todos os lugares – da fiação em carros elétricos às vastas redes que alimentam a rede elétrica com energia renovável, até mesmo dentro dos centros de dados que impulsionam a inteligência artificial.

A BHP espera que a demanda por cobre salte 70% até 2050. Isso significa um milhão de toneladas extras necessárias a cada ano até 2035. No entanto, a oferta global não tem acompanhado. As minas estão envelhecendo, os teores de minério estão caindo, os custos continuam subindo e os riscos políticos em grandes produtores como Chile, Peru e República Democrática do Congo não desapareceram. Interrupções em locais como a mina Grasberg, na Indonésia, combinadas com baixas margens de refino, mostram que a crise já começou.

Neste cenário, a Austrália parece um porto seguro. Oferece regulamentação estável, infraestrutura robusta e menos dores de cabeça geopolíticas. Para a BHP, Olympic Dam é mais do que apenas uma mina – é a pedra angular de sua estratégia mais ampla de abandonar carvão e petróleo e apostar pesado no que os executivos chamam de "commodities do futuro". Com cobre, urânio e ouro todos no mesmo depósito, o local se encaixa perfeitamente nessa descrição.


Lições de um Erro de US$20 Bilhões

A cautela da BHP hoje é moldada por uma memória dolorosa. Em 2012, a empresa cancelou um plano de US$20 bilhões para transformar Olympic Dam em uma das maiores minas a céu aberto do mundo. Os custos dispararam, os preços oscilaram descontroladamente e a geologia se mostrou mais resistente do que o esperado. O projeto colapsou sob seu próprio peso.

Desta vez, a BHP não está com pressa. Em vez de investir bilhões de uma vez só, ela está dando pequenos passos calculados – consertando os pontos de estrangulamento da mina e fazendo as operações atuais funcionarem a todo vapor. Se tudo correr conforme o planejado, a empresa poderá aprovar uma atualização maior da fundição e refinaria até o final de 2028. Analistas estimam que essa expansão poderia custar entre US$2 bilhões e US$3,5 bilhões, dobrando a produção de cobre do sul da Austrália para cerca de 650.000 toneladas por ano até meados da década de 2030.

A estratégia também conecta Olympic Dam com as minas vizinhas Prominent Hill e Carrapateena da BHP. Ao misturar minério de diferentes fontes, a empresa resolve um problema técnico de longa data e distribui os custos de infraestrutura por uma base de produção mais ampla. Em termos simples: mais flexibilidade, menos risco.


Água, Energia e os Desafios Menos Glamorosos

É claro que a mineração não se resume a detonar rochas. Por trás dos planos audaciosos, existem obstáculos práticos que podem determinar o sucesso ou fracasso do projeto. O mais importante? A água. A expansão de Olympic Dam depende do projeto Northern Water – uma enorme usina de dessalinização e um gasoduto de 600 quilômetros para levar água doce para o interior. Sem isso, não há expansão. As aprovações ambientais e a aquisição não serão concluídas antes de 2026, então os investidores estarão observando de perto.

A energia é outro grande desafio. A fundição consome muita eletricidade, e muita mesmo. Felizmente, a rede do sul da Austrália é uma das que mais usam energia renovável no mundo. A BHP já fechou vários acordos de energia limpa, incluindo um contrato de 100 megawatts, colocando-a em uma boa posição para produzir "cobre verde". Isso pode se mostrar valioso à medida que os compradores exigem cada vez mais materiais de baixo carbono.

Os projetos atuais também criarão cerca de 200 empregos na construção civil, um impulso bem-vindo para a economia local. Mas a questão maior persiste: a BHP pode domar a geologia notoriamente complexa de Olympic Dam e extrair mais produtividade dela?


Analisando os Números

Para os analistas, os números são promissores e incertos. Com o cobre rondando os US$10.000 por tonelada, um extra de 150.000 a 250.000 toneladas por ano de Olympic Dam poderia gerar retornos entre 9% e 20%. Isso não é um divisor de águas para uma gigante como a BHP, mas ainda é atraente.

Dependendo dos preços do cobre e da execução, a primeira fase sozinha poderia gerar de US$4 bilhões a US$8 bilhões em valor. Após ajustar para os riscos, a maioria espera cerca da metade disso. Em outras palavras, é uma aposta sólida, não um risco que fará ou quebrará a empresa.

O modelo integrado de mineração e fundição também dá à BHP uma vantagem. Enquanto as fundições independentes lutam com margens baixas, a BHP controla todo o processo – da escavação do minério ao refino do metal. Isso garante que ela capture lucros em múltiplas etapas e possa ajustar a produção às mudanças do mercado. Urânio e ouro como subprodutos adicionam um pequeno amortecedor extra, embora a recuperação de urânio permaneça tecnicamente complicada.


O Que os Investidores Devem Observar

Então, o que vem a seguir? Alguns sinais-chave dirão a história. Se o projeto Northern Water emperrar, toda a expansão poderá escorregar para a próxima década. O controle de custos nos ativos de cobre da BHP no sul da Austrália também importará. A empresa atualmente estima custos entre US$1,30 e US$1,80 por libra, mas se subirem para o limite superior, os retornos podem ser prejudicados.

E então há o próprio cobre. Se os preços permanecerem acima de US$9.000 por tonelada, a expansão parece muito mais provável. Se caírem abaixo de US$7.000, a história sugere que a BHP pode atrasar novamente. Mesmo que Olympic Dam dobre a produção, não resolverá sozinha a iminente escassez global de cobre, mas pode ajudar a estabelecer um patamar mais alto para os preços globais.


Uma Aposta Calculada em um Futuro Sedento por Cobre

Se aprovada, a expansão de Olympic Dam daria à BHP uma fatia maior de um mercado que deve permanecer apertado por anos. A abordagem passo a passo mostra disciplina de capital e mantém as opções em aberto, ao mesmo tempo em que posiciona a empresa para o lado positivo de uma transição energética impulsionada pelo cobre.

Mas não espere soluções rápidas. Mesmo com uma luz verde em 2028, a nova produção não fluiria até o início da década de 2030. O mercado de cobre provavelmente permanecerá sob pressão muito antes disso.

Por enquanto, o compromisso de meio bilhão de dólares da BHP não é uma grande aposta. É mais como uma opção cuidadosamente protegida: uma forma de se preparar para um mundo sedento por cobre sem apostar tudo. O verdadeiro teste virá quando a água, a energia e os preços de mercado se alinharem – e somente então todo o potencial de Olympic Dam será destravado.

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