Alphabet Dispara, Meta Despenca US$ 155 Bilhões, Microsoft Tropeça: O Dia em que Wall Street Parou de Acreditar no Hype da IA

Por
Amanda Zhang
8 min de leitura

Wall Street Deixou de Recompensar as Big Techs Cegamente

Meta perdeu US$ 155 bilhões em horas. Alphabet disparou. Microsoft tropeçou. A festa de gastos com IA acabou — a menos que você possa provar que está funcionando.

A teleconferência de resultados da Meta em 29 de outubro de 2025 transformou-se em um banho de sangue. O valor de mercado da empresa evaporou em US$ 155 bilhões após o fechamento do mercado. Por quê? A administração prometeu gastos "notavelmente maiores" em 2026, além de um já massivo orçamento de despesas de capital (capex) de US$ 70-72 bilhões.

Enquanto isso, as ações da Alphabet subiram 5-7% após registrar um trimestre recorde de receita de US$ 102,35 bilhões. A Microsoft vacilou para baixo, apesar dos fortes resultados, apanhada entre essas forças opostas.

Algo fundamental mudou. Wall Street está finalmente distinguindo entre empresas que mostram demanda tangível por IA e aquelas que fazem grandes apostas em infraestrutura antes de uma monetização comprovada.

"O mercado está recompensando a visibilidade da demanda por IA, ao mesmo tempo em que desconta a opacidade do capex de IA", mostram análises de padrões de negociação. Após dois anos financiando indiscriminadamente a corrida armamentista da IA, o capital está se tornando seletivo.

Alphabet Tinha Evidências

A Alphabet conquistou sua alta com o que os traders chamam de uma "configuração limpa de gastar-mais-porque-está-funcionando". A receita do Google Cloud saltou 34%, para US$ 15,2 bilhões. Isso se aproxima de uma taxa de execução anual de US$ 61 bilhões. A carteira de pedidos da divisão (backlog) aumentou para US$ 155 bilhões — receita futura contratada que oferece clareza sobre os retornos.

Quando a administração elevou a previsão de despesas de capital para 2025 para US$ 91-93 bilhões, os investidores interpretaram isso como um sucesso de escalabilidade. Não um tiro na lua especulativo.

Os números contaram uma história convincente. A receita de busca atingiu US$ 56,6 bilhões, um aumento de 15% ano a ano. A publicidade do YouTube alcançou US$ 10,3 bilhões. A empresa gerou um robusto fluxo de caixa livre, ao mesmo tempo em que cruzou o limiar simbólico de US$ 100 bilhões em receita trimestral pela primeira vez.

Essa diversificação importa enormemente. A Alphabet não está apostando tudo em uma única narrativa de IA. Ela está demonstrando integração lucrativa de IA em múltiplas fontes de receita.

Meta Pediu Fé em Vez de Resultados

A narrativa da Meta se mostrou muito mais contestada. A empresa entregou um aumento de receita de 22%, para US$ 51 bilhões. Esmagou as estimativas de lucros ajustados em US$ 6,70 por ação. Sua fortaleza de publicidade — impulsionada por Instagram Reels e segmentação sofisticada — permanece formidável.

Mas a previsão da administração ofuscou essas vitórias. Esse valor de capex de US$ 70-72 bilhões para 2025 representa aproximadamente 37% da receita. É um fardo extraordinário justificado principalmente pelo "desenvolvimento de modelos de fronteira" e infraestrutura de IA, cuja contribuição de receita permanece indefinida.

A frase "crescimento notavelmente maior" em dólares para o capex de 2026 desencadeou a venda massiva. Sem produtos específicos de receita de IA além do negócio principal de anúncios, os investidores ouviram: gastem agora, monetizem depois, confiem em nós.

Um encargo fiscal único de US$ 15,93 bilhões esmagou os lucros GAAP para US$ 1,05. Isso amplificou a percepção negativa, embora o encargo não fosse operacional.

"Ótimos anúncios, ROI de IA com prazo incerto", resumiu uma mesa de operações. O motor de anúncios funciona brilhantemente. Mas os pesados gastos da Meta em IA carecem da ponte de receita futura que a Alphabet demonstrou com seu backlog de Cloud.

Microsoft Ficou no Meio

Os resultados da Microsoft ilustraram o desafio de atender às expectativas elevadas. A empresa registrou US$ 77,7 bilhões em receita, um aumento de 18%. Sinalizou uma aceleração contínua na construção de data centers. O capex trimestral superou os US$ 30 bilhões, com despesas de capital totais, incluindo arrendamentos, atingindo aproximadamente US$ 34,9 bilhões. O Azure cresceu 40% com contribuições de IA.

Forte por qualquer medida histórica.

No entanto, as ações caíram. Por quê? Porque 40% ficou aquém das esperanças sussurradas de um crescimento de 41-42%. A parceria da Microsoft com a OpenAI e o lançamento do Copilot (agora usado por 70% das empresas da Fortune 500) alimentaram expectativas exageradas. Atender às expectativas não é mais suficiente.

O mercado queria provas de que os gastos massivos em infraestrutura se traduziriam em crescimento acelerado. Não apenas sustentá-lo.

A reação revela algo crucial. A percepção do momento do capex importa tanto quanto os valores absolutos em dólares. Sem uma surpresa positiva clara no crescimento do Azure, os investidores se voltaram para as preocupações com as margens. Os gastos se amplificam trimestre após trimestre, enquanto as restrições de oferta de GPUs e gargalos de energia prolongam o caminho para a monetização total.

O Que os Traders Estão Fazendo Agora

A análise das reações divergentes produz uma estrutura tática clara. A configuração de risco-recompensa mais forte aparece em uma posição pareada — comprado em Alphabet, vendido ou com peso abaixo do ideal em Meta em um horizonte de três a seis meses.

A tese de compra na Alphabet baseia-se na melhor combinação de amplitude de crescimento, trajetória de lucratividade da Cloud e naquele backlog de US$ 155 bilhões que suporta o aumento do capex. À medida que as margens operacionais da Cloud se expandem — a divisão se aproxima do ponto de equilíbrio — há espaço para uma reavaliação de múltiplos. O risco principal permanece se o AI Overviews na Busca criará ventos contrários no mix. Mas a evidência atual sugere que a monetização da publicidade está se adaptando com sucesso.

O peso abaixo do ideal na Meta reflete uma visão mais matizada. O motor de publicidade é inquestionavelmente forte. Mas o capex de US$ 70-72 bilhões para 2025, com um crescimento "notavelmente maior" em 2026, mantém o múltiplo de avaliação limitado no curto prazo. Não há uma linha de receita de IA correspondente.

Uma reversão passível de compra exigiria uma ligação concreta de receita de IA — como recursos de IA generativa monetizados para WhatsApp ou Instagram — ou disciplina inesperada no capex. Nenhum dos dois parece iminente, dadas as ambições da administração com os modelos de fronteira.

A Microsoft representa uma oportunidade de entrada em fases. A história da demanda estrutural permanece intacta através do Copilot e dos serviços de inferência de IA. Esse pesado gasto trimestral de capex de mais de US$ 30 bilhões é o preço de admissão à capacidade. Não uma quebra de tese.

A recomendação? Adicionar posições em momentos de fraqueza impulsionados por narrativas de "crescimento versus rumores". Especialmente se a previsão indicar que o crescimento do Azure se mantém na faixa dos 30% altos, com melhora no fornecimento de GPUs nos próximos trimestres. O risco se concentra em gargalos de energia que atrasam as implantações e no arrasto das despesas operacionais.

O Cenário Geral É Aterrorizante

Esses resultados cristalizam riscos que se estendem além de ações individuais. As despesas de capital agregadas das Big Techs agora representam aproximadamente 40% do crescimento do PIB dos EUA em 2025. Seus gastos com infraestrutura tornaram-se um motor econômico primário, rivalizando com a atividade do consumidor.

Essa concentração cria fragilidade sistêmica.

O cenário otimista defende que esses investimentos gerarão retornos de 20-30%+ à medida que as aplicações de IA proliferarem. Eles adicionarão US$ 15 trilhões em valor global até 2030 e um a dois pontos percentuais ao crescimento do PIB.

O cenário pessimista alerta para a supercapacidade. Críticos chamam isso de "construir aeroportos no deserto". As fazendas de GPUs superam a demanda. Análises da Bain & Company sugerem que a indústria precisaria de US$ 2 trilhões em receita anual até 2030 para justificar as atuais trajetórias de investimento. Isso implica um risco de déficit de US$ 800 bilhões.

Restrições de energia e latência surgiram como o novo gargalo da cadeia de suprimentos. Mesmo com disponibilidade perfeita de GPUs, projetos podem emperrar aguardando atualizações de subestações e capacidade de transmissão. Isso eleva as despesas de capital, ao mesmo tempo em que alonga os prazos de retorno. O comentário da Microsoft sinaliza explicitamente essas limitações de infraestrutura.

A concentração do mercado intensifica essas apostas. Aproximadamente 80% dos ganhos de ações em 2025 vêm de ações relacionadas à IA. O colapso da amplitude é evidente no desempenho plano do Russell 2000. Uma retração de 20% nos nomes de IA poderia arrastar o S&P 500 mais amplo para baixo em 10-15% através de desalavancagem e chamadas de margem. Isso poderia potencialmente desencadear uma recessão se o boom de investimentos reverter drasticamente.

Três Pontos a Observar

Os investidores devem monitorar catalisadores específicos. Para a Alphabet: trajetória da margem bruta da Cloud, ritmo de conversão do backlog e durabilidade da monetização da Busca à medida que o AI Overviews escala. Para a Meta: qualquer moderação na linguagem sobre o capex de 2026, monetização concreta de produtos de IA além da publicidade e disciplina de gastos em relação à previsão atual. Para a Microsoft: adições de capacidade contra restrições de energia, crescimento do Azure versus o limiar de 40% e evidências de que o Copilot eleva a receita média por usuário sem compressão de margem.

Os resultados de 29 de outubro revelaram que a corrida pela infraestrutura de IA entrou em uma nova fase. O mercado não emite mais cheques em branco. Ele exige provas de que os gastos sem precedentes de hoje gerarão retornos extraordinários amanhã.

A Alphabet forneceu essas provas. A Meta pediu fé. A Microsoft ofereceu progresso em meio a restrições.

O veredicto de Wall Street foi rápido e implacável.

NÃO É UM CONSELHO DE INVESTIMENTO

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